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Semana Fashion Revolution 2018 Em Pauta



                                                           

Você já ouviu falar da campanha Fashion Revolution?

É uma campanha  que surgiu com “o objetivo de aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto em todas as fases do processo de produção e consumo, mostrando ao mundo que a mudança é possível através da celebração dos envolvidos na criação de um futuro mais sustentável e criar conexões exigindo transparência.”

Você conhece o movimento Fashion Revolution Day?

O Fashion Revolution Day é um movimento que foi criado por um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável que se uniram depois do desabamento do edifício Rana Plaza de três andares em Bangladesh no dia 24 de abril de 2013 que deixou 1.133 mortos e 2.500 feridos.
No edifício Rana Plaza funcionava uma fábrica de tecidos, que logo após a tragédia  revelou ao mundo não só o amplo descumprimento das normas básicas de segurança em Bangladesh, bem como, o lado obscuro da indústria de roupas internacional.

Confira, abaixo, um trecho do relato do correspondente da BBC no Sudeste da Ásia, Andrew North, que visitou o local da tragédia em 2013.
“É no norte da capital Dhaka que se concentra a maior parte das fábricas de roupas do país.
Muitas delas fabricam peças para marcas internacionalmente conhecidas.
Das casas de um quarto e dos casebres onde os operários vivem, podem-se ver blocos de concreto de múltiplos andares atravessando os céus da região.
Nos telhados, vigas de aço reforçado estão aparentes, na esperança de que outro piso repleto de máquinas de costura seja erguido.
Trata-se de um sinal, para os críticos, de que o "boom de roupas" ultrapassou os limites, na tentativa desesperadora de alimentar o apetite do Ocidente por vestimentas mais baratas.
O Rana Plaza, que desabou na semana passada, era mais uma entre as dezenas de fábricas locais, com a cadeia de lojas britânica Primark como um de seus principais clientes.
Em sua defesa, a Primark informou que estava "chocada e entristecida" pelo desastre e que exigiria de seus outros fabricantes uma revisão dos padrões de segurança no trabalho.

Mas esta é apenas uma pequena amostra de um cenário conhecido há bastante tempo na região.
Há menos de seis meses, no mesmo local, um incêndio reduziu a cinzas uma fábrica que fazia roupas para a cadeia americana de supermercados Walmart, matando 100 trabalhadores, até então o maior acidente industrial já ocorrido em Bangladesh.
Desde essa tragédia, no entanto, esforços vinham sendo feitos timidamente.
Humayun Kabir, CEO da DIRD Ltd, que fabrica cerca de 20 milhões de peças de roupa por ano para varejistas britânicos, como Tesco, Sainsbury's e Next, afirmou que seus clientes já estão "muito mais vigilantes", realizando, inclusive, inspeções não programadas em suas plantas.
A placa com a frase  "Proibido Trabalho Infantil" adorna a entrada de muitas fábricas, assegurando o cumprimento de uma lei nacional que impede o trabalho de menores de 18 anos na indústria de roupas.
Mas ainda não está claro se os fiscais das grifes internacionais também vêm procurando "falhas estruturais" nos edifícios onde muitas dessas fábricas estão localizadas.
O governo de Bangladesh, por outro lado, alega que quer melhorar as condições de trabalho, mas diz que se preocupa com as consequências para as  milhões de pessoas que dependem da indústria para garantir sua sobrevivência.
"O maior direito humano é o direito à sobrevivência", havia dito o ministro do Comércio do país, Ghulam Mohammed Quader, em entrevista antes da tragédia da semana passada.
Entretanto, espera-se que a catástrofe convide a uma maior reflexão sobre o assunto.
Como um integrante de um sindicato de Bangladesh disse à BBC: "Quando você compra algo e leva outro de graça – não é exatamente de graça." "

A co-fundadora do Movimento Fashion Revolution, Orsola de Castro, afirma: “Nós queremos que você pergunte: ‘Quem Fez Minhas Roupas?’. Essa ação irá incentivar as pessoas a imaginarem o “fio condutor” do vestuário, passando pelo costureiro até chegar no agricultor que cultivou o algodão que dá origem aos tecidos. Esperamos que o Fashion Revolution Day inicie um processo de descoberta, aumentando a conscientização sobre o fato de que a compra é apenas o último passo de uma longa jornada que envolve centenas de pessoas, realçando a força de trabalho invisível por trás das roupas que vestimos”.

 E você sabe exatamente quem fez as suas roupas?




Vamos refletir sobre essa simples pergunta durante a realização da Semana Fashion Revolution 2018.
A moda é um movimento que encanta, fascina e envolve o mundo; está presente no nosso dia a dia, no diferencial da economia dos países e no desenvolvimento do potencial da criatividade humana.
Hoje, no século XXI, o consumo é um tanto quanto excessivo, com a constante necessidade de comprar apenas por comprar, do tipo “quanto mais comprar melhor será a compra”. Por que não optar por uma forma mais consciente, sustentável e humanitária de comprar?
A moda também pode ser voltada para o bem comum. A moda é altamente sustentável, consciente e com visões positivas sob o ponto de vista humano. Afinal, no mundo da moda tudo pode acontecer quando realmente se acredita que a mudança é possível.  

Escrevi  um poema em homenagem à campanha Fashion Revolution, intitulado Poema Fashion Revolution, que compartilho com vocês:




Poema Fashion Revolution

“Quem fez as minhas roupas?
A menina que aprendeu a pregar botões
Antes de aprender a brincar de boneca?
Ou a  menina que aprendeu a costurar zíperes
Antes de aprender a ler e a escrever?
Quem fez as minhas roupas?
A mulher imigrante que entrou
No meu país ilegalmente?
Ou a  mulher refugiada que buscou
Ajuda para sobreviver no meu país?
Quem fez as minhas roupas?
A estilista famosa da capital do meu país
Ou a costureira humilde da fábrica clandestina?
Quem fez as minhas roupas?
O fabricante de  magníficos tecidos do exterior
Ou o agricultor que cultivou o algodão no interior?
Quem fez as minhas roupas?
Foram as mãos macias dos anjos que desenharam o molde,
foram as mãos suaves das fadas que cortaram o tecido,
foram as mãos firmes dos duendes que costuraram o vestido,
Ou foram as mãos calejadas das mães escravizadas,
Do submundo da moda que fizeram as minhas roupas?
Quem fez as minhas roupas?
É uma pergunta que me faz pensar,
Se no mundo da moda ainda é permitido sonhar,
Com um mundo de cores sustentáveis e de corações livres para criar.”






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